No Maranhão, quem não gosta de açúcar, bebe café amargo, mas quem gosta, prefere morrer diabético. Assim funciona na política. Quando é pelo bem indivitual, ninguém reclama, denuncia, mas quando não é de seu gosto, interesse, todos olham defeitos.
Em São Luís, o quase cassado, deputado estadual Fernando Braide (PSD), irmão do prefeito Eduardo Braide, parece que usa novo colírio e passou a olhar os ônibus velhos que supostamente o governador Carlos Brandão entregou juntamente com os empresários ao transporte semiurbano da Grande Ilha. Em sua rede social, Fernando acusou Brandão de repassar ônibus usados, reformados do sistema urbano de São Luís, para operar no sistema semiurbano, gerido pela Agência de Mobilidade Urbana (MOB). Mas o deputado que detém miopia política, precisa olhar também, os ônibus velhos que circulam no sistema de transporte integrado da capital maranhense, onde seu irmão Eduardo Braide finge ser prefeito.
A denúncia foi feita após o governador Carlos Brandão participar da cerimônia de entrega de supostos 75 novos veículos do último dia 29 de setembro, conforme matéria publicada pelo jornalista José Linhares Júnior em seu site profissional.
Fernando Braide criticou a medida Brandão e comparou a situação com o caso do ferryboat, mas esqueceu que o transporte público que circula em São Luís, na gestão Eduardo Braide está sucateado e precisa urgentemente de reforma e mesmo assim, o prefeito repassa milhões aos empresários: “Estão fazendo com os ônibus o mesmo que fizeram com o ferryboat: tentando nos enganar”, afirmou o parlamentar.
Dos 75 veículos apresentados pelos empresários, 32 são novos e 43 são seminovos. A MOB confirmou essa divisão por meio de publicação no Instagram, ressaltando que a aquisição não envolveu custos diretos para o Tesouro Estadual. Diferente de Eduardo Braide, Brandão não se passou como pai da criança durante entrega de veículos.
A denúncia de Fernando Braide gerou discussão entre os usuários do transporte semiurbano, que temem que a utilização de veículos reformados impacte a qualidade do serviço. Mas por outro lado, os veículos que carregam passageiros das integrações para a zona rural de São Luís, sequer foram reformados: todos sucateados.
Seria bom Fernando Braide colocar seus óculos, pegar seu carro e olhar a situação dos ônibus que transportam gente, trabalhadores dos terminais do São Cristóvão e Maracanã para a zona rural. Queria ver se Fernado teria coragem de usar as mesmas palavras contra seu irmão Edaurdo Braide, que já pagou nos últimos 45 meses de gestão a bagatela de mais de R$118 milhões aos empresários do transporte público coletivo da capital.
