Carlos Brandão, Weverton Rocha, Eliziane Gama, e André Fufuca.
Ainda no final do ano passado, quando os eleitos em 2022 estavam apenas diplomados, a Coluna rascunhou o prognóstico segundo o qual a disputa para as duas vagas de senador em 2026 será uma luta titânica. Isso porque, naquele momento, o quadro desenhado pelas urnas indicou com clareza que os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD) devem enfrentar concorrentes pesos pesados, a começar pelo governador reeleito Carlos Brandão (PSB). À medida que as semanas foram passando, a Coluna, com base em conversas reservadas com quem conhece o caminho das pedras, levantou a possibilidade de o deputado federal André Fufuca (PP), que nem cogitava ainda ser ministro do Esporte, entrar na disputa por uma das vagas. Logo ficou configurado que a peleja pelas duas vagas de senador deverá ser uma espécie de “tudo ou nada” para os senadores Weverton Rocha e Eliziane Gama, que tentarão a reeleição, e para o governador Carlos Brandão e para o ministro André Fufuca.
A explicação para essa expectativa é clara. O senador Weverton Rocha tem todo o seu futuro político depositado no projeto de reeleição. Se obtiver a vitória nas urnas em 2026, sairá com a musculatura política reforçada, com autoridade para disputar o Governo em 2030. Se não alcançar a reeleição, irá para casa sem mandato e sem prestígio, podendo até mesmo perder a posição de chefe que tem no PDT e ver escapar-lhe o controle do partido. O senador tem dois anos e meio para se recuperar do tombo que foi a sua candidatura ao Governo do Estado, um erro que poderia ter evitado se tivesse ouvido os apelos do então governador Flávio Dino para que não entrasse na disputa e participasse da aliança em torno da candidatura de Carlos Brandão à reeleição. Deu no que deu. Sua situação é delicada.
Situação idêntica, mas com outro viés, é a da senadora Eliziane Gama: se alcançar a reeleição, poderá sentar-se à mesa das negociações e traçar o seu futuro, pois estará credenciada, por exemplo, a disputar a Prefeitura de São Luís em 2028 e até mesmo o Governo do Estado em 2030. Sem a reeleição, terá diante de si um enorme ponto de interrogação. Na hipótese de reeleição do presidente Lula da Silva (PT), mesmo sem mandato Eliziane Gama fará parte do Governo, sem dúvida, quiçá como ministra. Eliziane Gama fez exatamente o que a boa política recomendaria: entrou na luta pelas candidaturas de Carlos Brandão à reeleição e a eleição de Flávio Dino ao Senado. Ganhou todas e saiu por cima.
A posição do governador Carlos Brandão é clara nesse sentido: ele será candidato ao Senado em 2026, brigando preferencialmente pela vaga hoje ocupada por Weverton Rocha. Não tem lógica alguma a ideia – sussurrada por alguns – de Carlos Brandão vir a permanecer no Governo até o fim e depois ir para casa de mãos abanando, para se tornar ex-governador, inclusive sem salário. Independentemente de qual seja o cenário político em 2026, Carlos Brandão deixará o Palácio dos Leões em abril daquele ano para ser candidato ao Senado, e com amplas chances de vitória. Será esse o se caminho. Se vencer a eleição, continuará com seu prestígio intacto. Se não vencer a eleição, verá o desmanche do seu projeto político. Todas as avaliações levam à conclusão de que, se continuar ritmo atual, será senador, sem susto.
O deputado federal e atual ministro do Esporte André Fufuca está o momento à cavalheiro nesse cenário. Trabalha, sim, com a possibilidade de disputar o Senado, mas sem se desfazer das bases que o fazem deputado federal há três eleições, pois afinal, ninguém duvida da sua reeleição para a Câmara Federal. Mas, como todo político por excelência, ele avalia os prós e os contras de cada passo que planeja dar, e certamente não entrará às cegas numa corrida senatorial. O projeto existe, está de pé, mas André Fufuca, com a experiência de raposa, ainda que muito jovem ainda, se movimenta com cuidado, para não tropeçar em gestos nem em palavras.
É esse o rascunho da corrida ao Senado em 2026: quatro candidatos para duas vagas.