Todas as pesquisas, dos mais diferentes institutos e métodos empregados para aferir a tendência do eleitorado até agora foram unânimes em atestar a liderança do prefeito Eduardo Braide (PSD) em sua tentativa de renovar o mandato. Com uma gestão bem avaliada, superior a 60%, Braide larga na frente numa disputa que promete ser bastante acirrada, onde a composição de alianças deve ter um papel fundamental.
O grande problema do prefeito pode está justamente ai. Filiado a um partido de pouca expressão, sem contar com o apoio da classe política e tendo contra si a grande maioria da Câmara Municipal onde vinte e sete vereadores declararam voto ao pré-candidato e presidente da Casa, vereador Paulo Victor, Braide vai partir para uma campanha desgastante, sem o trabalho formiguinha que os parlamentares municipais costumam fazer nos bairros onde atuam.
Enquanto o prefeito se afasta da classe política, mostra arrogância e se isola, o grupo liderado pelo governador Carlos Brandão e pelo ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino, embora analisem a possibilidade de apresentarem vários candidatos no primeiro turno, hoje o sentimento é de unidade, ao contrário de 2020 quando dispersaram e foram apoiar o candidato adversário de Duarte Junior (PSB).
Braide é favorito, tem se esforçado para agradar a classe média executando obras que estão dando maior fluidez ao trânsito, um segmento da sociedade que costuma influenciar muito numa eleição para prefeito da capital, mas a periferia está abandonada e para quem vive a política da cidade sabe perfeitamente quanto pesa um exército de vereadores transformados em cabos eleitorais de um candidato majoritário; o prefeito, desta vez, não contará com esse importante segmento.
O atual prefeito vai enfrentar novamente candidatos testados nas urnas em 2020, entre os quais o deputados federal Duarte Junior (PSB), a quem derrotou no segundo turno por conta de integrantes do grupo ligado ao governo estadual que traíram, só que desta vez o clima no grupo, apesar do números de cândidos que vão disputar o primeiro turno, é de unidade, o que torna quem passar para o segundo turno um forte candidato para vencer o pleito.
Eleição não se ganha antes do tempo, Braide acha que já ganhou e continua esnobando a classe política. Essa soberba pode lhe custar a perda do mandato.