O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2020 alcançou a cifra de R$ 871,3 bilhões, tornando-se o maior da série histórica dos últimos 32 anos. O crescimento real foi de 17%. O segundo melhor resultado ocorreu em 2015, com R$ 759,6 bilhões. Os dados já incluem as estatísticas de dezembro do ano passado.
As lavouras tiveram faturamento de R$ 580,5 bilhões, alta de 22,2%, e a pecuária, R$ 290,8 bilhões, incremento de 7,9%.
De acordo com nota técnica da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os produtos que mais contribuíram para o resultado foram o milho, com crescimento real de 26,2%; soja, com 42,8%; carne bovina, com 15,6%; e carne suína, 23,7%.
O faturamento da soja, milho e carne bovina foi de R$ 243,7 bilhões, R$ 99,5 bilhões e R$ 126,3 bilhões, respectivamente. Destaca-se ainda a contribuição positiva da produção de ovos em 2020.
Para o coordenador da pesquisa do VBP, José Garcia Gasques, as variáveis determinantes para os resultados estão relacionadas aos preços dos produtos no mercado interno, as exportações favoráveis para grãos e carnes e a produção da safra de 2020.
VBP de 2021
As primeiras estimativas para 2021 indicam crescimento do VBP de 10,1%. Os principais destaques são: arroz (17,3%), batata inglesa (22,1%), cacau (14,7%), mandioca (10,9%), milho (17,7%) e soja (24,4%). Há ainda boas expectativas para a pecuária, em especial para bovinos, suínos, frangos e leite.
Na pecuária, bovinos, frangos e leite devem liderar os resultados do VBP, com participação em 85,9% do faturamento.
A lista dos estados campeões na agropecuária deve permanecer com Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
O que é VBP
O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento. Calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária, e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país, dos 26 maiores produtos agropecuários do Brasil.
O valor real da produção, descontada a inflação, é obtido pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getulio Vargas. A periodicidade é mensal, com atualização e divulgação até o dia 15 de cada mês.