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João Campos é eleito prefeito do Recife, e é o mais jovem da história a ocupar o cargo


Bisneto e filho de dois ex-governadores pernambucanos e presidentes nacionais do partido, respectivamente, Miguel Arraes e Eduardo Campos, ele é visto como a continuidade de uma história tragicamente interrompida quando no dia 13 de agosto de 2014, um avião Cessna Citation prefixo PR-AFA caiu ceifando precocemente a vida do então candidato à Presidência da República Eduardo Campos, pai de João.

O acidente acelerou os planos projetados para o futuro do líder político. João Campos passou a participar ativamente da campanha do então candidato a governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e da candidata à Presidência da República, Marina Silva, que substituiu Eduardo na disputa. Sua desenvoltura no palanque começou a chamar a atenção e dava indícios do surgimento de uma nova liderança do campo progressista no Estado.

A partir de então, restava a paciência para acertar o momento de dar os primeiros passos em direção a uma carreira política promissora. Ainda em 2014, João Campos foi eleito secretário de Organização Estadual do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Foi nesta função que ele passou a percorrer o interior do Estado, coordenando encontros do partido e se tornando uma figura de referência do PSB no interior do Estado.

Contudo, era preciso um espaço de maior relevância para catapultar a carreira do jovem líder político. E o passo maior não poderia ser dado sem João Campos concluir o curso de Engenharia Civil pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Diante disso, o jovem acelerou os planos universitários e se formou em 2016. No mesmo ano, em fevereiro, ele assumiu o cargo de chefe de Gabinete do Governo de Pernambuco, durante o mandato de Paulo Câmara. O início não foi escolhido à toa e tinha referência simbólica. 

Foi nesta função que Eduardo Campos iniciou sua trajetória política, com a mesma idade, na gestão do ex-governador Miguel Arraes, avô de João Campos. Além disso, o posto era estratégico para garantir a articulação com prefeitos e lideranças de todo o Estado, tornando João Campos um importante ator político nos bastidores do Governo. Já em março de 2018, ele conquistou um novo espaço institucional partidário, quando foi eleito vice-presidente nacional de Relações Federativas do Partido Socialista Brasileiro (PSB). 

Mas ainda faltava a etapa mais importante da carreira de uma liderança política: o teste das urnas. E este teste veio em 2018, quando ele se candidatou a deputado federal pelo PSB e era a principal aposta para conquistar votos pelo partido. Ao abrir as urnas, o resultado foi 460.637 votos, números que o consagraram como o candidato mais votado da história de Pernambuco. Destes, 70.864 votos foram obtidos no Recife, tornando João o parlamentar mais votado na Capital. 

A votação abriu caminho para um desafio já esperado nos bastidores da política: disputar a sucessão do prefeito do Recife, Geraldo Julio, em 2020. Nos anos seguintes, as especulações em torno da candidatura de João Campos seguiam fortes e, como todos os passos dados em sua carreira política, este projeto foi encarado pelo PSB como prioridade. Para isso, era preciso em, um período curto de dois anos até a eleição municipal, construir um legado na Câmara dos Deputados e João Campos investiu nisso. O socialista ganhou espaços de destaque na Casa. Foi vice-Líder do PSB e teve assento em comissões estratégicas. Ficou conhecido por coordenar a Comissão Externa de Acompanhamento dos Trabalhos do Ministério da Educação e criar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investigou o derramamento de óleo cru no litoral brasileiro.

O mandato construído na Câmara serviu de base para o seu projeto majoritário na Prefeitura do Recife e foi sem grandes surpresas que a candidatura de João Campos a prefeito do Recife se tornou realidade. A vitória de João Campos na disputa pela Prefeitura do Recife consolida todos os planos que foram traçados para ele. Agora, é a vez de enfrentar o principal teste da sua jovem carreira. No comando da Prefeitura do Recife, ele terá que gerir a Capital do Estado ainda sob os profundos efeitos da pandemia da Covid-19, recuperar a economia e reestabelecer os serviços da cidade, enfrentar a oposição do Governo Bolsonaro e, principalmente, ser a maior vitrine nacional do PSB, defendendo o legado político que Eduardo Campos deixou de herança.

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