No acordo de delação premiada, Joesley Batista, dono da JBS, disse que contas usadas na Suíça chegaram a ter US$ 150 milhões e abasteceram campanhas de Lula e Dilma.
Por Jornal Nacional
02/06/2017 20h42 Atualizado há 37 minutos
PGR vai pedir a Suíça e EUA dados sobre contas citadas por Joesley
A Procuradoria-Geral da República vai pedir informações às autoridades dos Estados Unidos e da Suíça sobre as contas bancárias que, segundo a delação de Joesley Batista da JBS, abasteceram campanhas do PT. As contas na Suíça foram abertas em 2009 e em 2014.
Na delação, o dono da JBS, Joesley Batista, contou que elas foram usadas para movimentar dinheiro ilegal para as campanhas dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
>> Leia ao final desta reportagem as versões de Lula e Dilma sobre o assunto
Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", a Suíça detectou transações atípicas e, antes mesmo da delação, o banco suíço Julius Baer denunciou o uso das contas às autoridades do país.
A reportagem diz que o volume de dinheiro e os padrões de transferência sem justificativa levantaram suspeitas de crimes financeiros, embora a instituição desconheça os beneficiários.
A TV Globo confirmou as informações. Na delação, Joesley Batista disse que as duas contas juntas chegaram a ter US$ 150 milhões. E detalhou:
"Teve duas fases. Teve a fase do presidente Lula e depois a fase da presidente Dilma. Na fase do presidente Lula chegou, eu acho, que a uns US$ 80 milhões. Depois, na Dilma, chegou nuns US$ 70. Ou ao contrário: [US$] 70 [milhões] na do Lula e [US$] 80 [milhões], na da Dilma."
Segundo o empresário, as negociações dos valores eram feitas com o então ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O Jornal Nacional apurou que o banco suíço decidiu denunciar porque estranhou o volume de dinheiro que entrava nas contas. Eram sucessivos depósitos, valores muito altos que ficavam parados por muito tempo e depois saíam em frações menores. A Procuradoria-Geral da República vai pedir o envio dessas provas ao Brasil.
Essas contas estavam em nome de offshores mas, como o próprio Joesley já confessou, se tratava de propina, paga por ele para bancar gastos de campanhas eleitorais.